Morte não é um assunto fácil. Ainda que inevitável, é um tema intocável para muitos brasileiros. Por estar cercada de tabus, informações importantes faltam aos cidadãos. Por exemplo, em um momento tão difícil quanto a perda de um ente querido, é possível ter uma dose de tranquilidade, pelo menos financeira, caso a pessoa seja beneficiária de um seguro de vida.  

Inclusive, tradicionalmente, esta é a principal visão do produto que a maioria das pessoas tem. Uma forma de prover alívio financeiro para a família que fica. No Brasil, os custos com funerais são muito altos. Segundo matéria do E-Investidor, os gastos com um sepultamento variam de R$ 4 mil até exorbitantes R$ 45 mil. Diante de um momento emocional desafiador, acrescentar um custo tão alto ao orçamento só intensifica a preocupação. É aí que o seguro de vida cumpre um dos seus principais papéis de proteção.  

No entanto, vale destacar que essa não é a única solução do produto, fato pouco conhecido pela maioria das pessoas. Há um estigma ao redor do seguro de vida, que o trata, na verdade, como um “seguro de morte”, que pode ser utilizado apenas em caso de uma fatalidade. Porém, em muitas ocasiões, ele pode ser utilizado ainda em vida! 

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, a cada ano, 620 mil pessoas são diagnosticadas com câncer. Uma doença grave como essa, muitas vezes, impossibilita que pacientes trabalhem durante muito tempo – ou, até mesmo, pode fazer com que parem de trabalhar.   Nestes casos, o seguro de vida pode ajudar. Diagnósticos de doenças graves como o câncer, AVC, infarto, transplantes, Parkinson e muitas outras permitem que segurados recebam suas indenizações, que podem ser utilizadas para uma reforma de adaptação da casa a uma nova realidade de vida, uma viagem para tratamento médico no exterior, compra de medicamentos ou terapias, entre outras situações.  

E esse não é o único caso. Poucos sabem, mas as possibilidades de indenização ainda em vida incluem internação hospitalar, invalidez por doença ou acidente, diagnósticos de doenças terminais e afastamento temporário do trabalho. Recentemente, o Correio Braziliense informou que há cerca de 1,8 milhão de pedidos na fila do INSS, entre perícias e liberação de benefícios. A demora pela concessão destes pode chegar, em alguns casos, a mais de um ano. Para quem possui um seguro de vida, a angústia da espera pode ser evitada.  

Nosso relógio biológico avança a cada dia e ainda vivemos em uma sociedade que pouco se planeja financeiramente. Nunca é demais reforçar que o seguro de vida deve fazer parte do planejamento financeiro de todas as pessoas, inclusive empresas.  

A sucessão societária, por exemplo, é um pilar essencial para a estruturação de qualquer empresa e pode ser feita com o seguro de vida. Neste caso, os sócios devem ter o seguro, pago mensalmente pela empresa. A apólice e seus valores passam a constar no contrato social para, em caso de morte, a empresa receber a indenização do seguro do sócio falecido. Com esse valor, a companhia pode realizar a compra da parte deste sócio, amparando financeiramente a sua família. 

Este arranjo rende benefícios tanto para as famílias, quanto para as empresas, já que não será necessário o envolvimento de outras pessoas nos negócios. Além disso, a sucessão societária evita que os sócios vivos precisem sangrar o caixa da empresa para a compra de outra parte. 

O brasileiro precisa conhecer e entender o seguro de vida. A cultura do seguro vem crescendo exponencialmente no país. Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o produto cresceu, até abril deste ano, 11,3% em relação ao ano passado. Seguros para carros e celulares são amplamente consumidos e conhecidos pela população. O mesmo precisa acontecer com o seguro de vida. Nós, players do mercado de seguros, temos o desafio de conscientizar a população sobre os benefícios do produto e desmistificar a ideia de que ele é um “seguro de morte”.  

David Brandoles, Gerente Geral da be.smart Seguros 

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