EXCLUSIVO – Que o Brasil é um país cheio de oportunidades ninguém discute. Entretanto, é preciso entender como as companhias seguradoras e resseguradoras internacionais podem contribuir com o aumento da capacidade de capital que será necessária para atender às novas demandas. De olho neste novo cenário, a CNseg, em parceria com a ABI, organizou o Brazil-UK Insurance Forum, realizado na embaixada do Brasil em Londres, com a presença de membros do Governo, seguradores e resseguradores brasileiros e ingleses.
Na abertura, o embaixador Antonio Patriota ressaltou a pujança da economia no Brasil, apontando seu crescimento de forma sustentável, com a recuperação do emprego e inflação controlada. “Somos uma economia confiável. As agências internacionais já amentaram o rating do Brasil e caminhando para a recuperação do grau de investimento, como já aconteceu. As bases sólidas da nossa economia envolvem as questões econômicas, ambientais e sociais nos abrem grandes oportunidades para atração de investimento”. O Brasil é o quarto país que mais recebe investimentos internacionais, segundo o embaixador.
Patriota também ressaltou que mais de 50% da energia consumida no País é proveniente de fontes renováveis, o que abre novas possibilidades de investimentos. E completou: “as relações bilaterais entre os dois países geram cerca de US$ 6,1 bilhões em negócios. Este número pode crescer bastante ainda”.
Em sua apresentação, Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, disse que esse Fórum reinaugura a agenda internacional da entidade e o relacionamento externo, que permite trazer conhecimentos e promover o intercâmbio de informações. “Esse encontro nos mantém em contato com o mercado do Reino Unido, que é um dos maiores centros globais de seguros, não em capacidade, mas em desenvolvimento em conhecimento e tecnologia”.
As mudanças climáticas, cada vez mais severas e frequentes, têm impacto direto nas contas das seguradoras e preocupam o Governo e sociedade. “A sociedade está reconhecendo o risco climático como um tema que precisa ser gerenciado. É um grande mercado que se abre”, aponta Oliveira, “porque há o desafio de modelar a subscrição e oferecer o seguro como uma solução para a transição climática”.
A robustez da economia brasileira foi ressaltada por Gustavo Guimaraes, secretário executivo do Ministério do Planejamento. No painel sobre investimentos em infraestrutura, ele falou sobre os números do novo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, com investimentos da ordem de R$ 1,7 trilhão, que demandarão a atuação do setor segurador e ressegurador para garantia das obras no Brasil.
“Sabemos da importância que o setor tem para o dinamismo da economia e é importante mostrarmos o trabalho que está sendo feito no Brasil em termos de reformas econômicas, com visão de futuro para continuar com crescimento da economia e do potencial brasileiro de desenvolvimento”, afirmou Guimarães.
Para ele, o Brasil é uma potência em vários setores e o mercado segurador é importante para mitigar os riscos. O apoio necessita do apoio da iniciativa privada. “Acreditamos que vamos atrair investimentos privados, principalmente internacional”.
Pelo lado britânico, Cathryn Law, diretora de Estratégias Internacionais e Relações Exteriores do Departamento de Negócios e Comércio do Reino Unido, falou que os serviços financeiros são prioridade para o seu país. Ela destacou que o mercado de seguros representa 32% do PIB da City de Londres, considerando que 70% do mercado de consumidores é composto por estrangeiros”.
Cathryn também apontou que o Brasil é um parceiro de destaque na América Latina e que o setor de seguros tem um papel fundamental para encarar as mudanças climáticas, principalmente pelo seu caráter resiliente. “Os seguradores estão trabalhando muito e a reguladora atua com o Lloyds para que as práticas permitam a transição para a economia de baixo carbono”.
Memorando de entendimento
Foi assinado um documento de cooperação com a ABI – Associação de Seguradoras Inglesas, com o objetivo de trocar informações e conhecimento. A realização de estudos e pesquisas colaborativos devem permitir também o desenvolvimento e a chegada a soluções mais rápidas.
Memorandum of Understanding
between
National Confederation of Insurance Companies (CNSeg) – Brazil and
Association of British Insurers (ABI) – United Kingdom
PURPOSE:
To promote cooperation and mutual understanding between the two associations.
To exchange views and information on matters and activities of common interest. Article 1 Information exchange To promote mutual understanding, the two organisations will exchange, when conceived as practical by the two organisations, information concerning the following issues: o ClimateChange
o Cyberrisks
o Diversity,EqualityandInclusion
o Widerinsuranceandreinsurancematters o Domesticregulationofrespectivemarkets o Taxation Specifically for Climate Change this includes: a) Exchange of good practices and success cases from the Brazilian and UK insurance markets regarding climate change, such as:Exchange of ideas verbally or through briefing notes.Participation in events to present and debate cases where practicable.Joint publications disseminating the role of the insurance market in the face of climate change as appropriate. b) Collaboration on shared priorities in person and/or virtually in advance of the Conference of the Parties (COP) 30 of the Convention on Climate Change to be held in Belém, Pará, Brazil, such as:
Agreement on an agenda for action at the COP.
Holding joint events during and in the context of the COP.
Synchronized mobilization of industry stakeholders and partners for COP programming, where appropriate.
Carrying out technical visit between respective experts. Article 2 Coordination • Coordinate views on key issues driven by international regulatory bodies where possible/significant.
• Consider respective views ahead of UK-Brazil Economic and Financial Dialogues, and other Brazil-UK official visits.
Article 3 Joint activities
The two organisations may liaise, and reciprocally share, relevant networking, hosting, or learning and event opportunities, to support members of the organisations being better informed and networked.
Experts from the two organisations may contribute to joint research and study activities on any specific themes, as the need arises. Each party will be responsible for financing their part of any agreed joint projects.
Article 4 Mutual visits by executives of the two associations
If executives from the respective organisation are visiting each other’s countries they will aim, where possible, to visit each other’s organisation with the objective of confirming and developing the cooperative relationship that exists between the two associations.
Article 5 Designation of contact person
To respond to various requests from time to time for information from the respective organisations, one or more contact person(s) may be identified by the two organisations.
Signed at London on October 30th, 2024
Kelly Lubiato, de Londres / Inglaterra
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