EXCLUSIVO – Ontem, 29 de agosto, o Senado aprovou o Projeto de Lei 2.033/2022, que torna o Rol de coberturas obrigatórias para os planos de saúde determinado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) exemplificativo. Com a aprovação, os planos de saúde poderão ser obrigados a financiar tratamentos de saúde que não estiverem na lista de procedimentos da reguladora.

O texto já havia passado pela Câmara na semana passada e agora irá para sanção presidencial. Segundo o texto do PL, para ser coberto pelos planos de saúde, o tratamento deve seguir os seguintes requisitos:

– Ser comprovadamente eficaz, segundo as evidências científicas e plano terapêutico;

– Ser recomendado pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde) ou por outro órgão de avaliação de tecnologias em saúde de renome internacional.

O relator do Projeto de Lei, senador Romário (PL-RJ), comemorou a aprovação. “Hoje é um dia inesquecível, posso dizer que é um dia histórico, um dia em que a sociedade brasileira se mobiliza e a saúde prevalece ante a ganância e a usura”. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, elogiou Romário pela relatoria e celebrou a aprovação do Projeto. “Cumprimento especialmente as mães que aqui estão, imbuídas dessa luta muito justa, muito humana e que teve o reconhecimento do Congresso Nacional”.

O Instituto Brasileiro de Direito do Seguro se manifestou elogiando a aprovação do Projeto. “A decisão do Senado é socialmente saudável e correta. O IBDS encara essa iniciativa do Senado como louvável, pois veio resolver uma questão que havia sido definida pelo Judiciário de forma muito disputada e talvez levada mais por argumentos econômicos de duvidosa certeza do que jurídicos”, destacou o advogado Ernesto Tzirulnik, presidente do Instituto.

Já a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) manifestou preocupação com a aprovação do PL. A entidade considera que a mudança na legislação representa um retrocesso, sendo os beneficiários os principais prejudicados.

Em comunicado, a FenaSaúde afirmou que sempre foi a favor da ampliação contínua do acesso à saúde. No entanto, a associação entende que com a alteração na lei, a cobertura de medicamentos e procedimentos pela saúde suplementar no Brasil, diferentemente do restante do mundo, se dará sem a análise criteriosa de um órgão de avaliação, como hoje é feito pela ANS.

A entidade ainda ressaltou que além da insegurança para os consumidores, as alterações gerarão, ainda, significativo impacto financeiro, visto que a cobertura ilimitada não só compromete a previsibilidade de despesas. “A consequência esperada desse movimento é a diminuição da oferta de planos de saúde, saída em massa de beneficiários do sistema suplementar e maior sobrecarga para o SUS”.

Nicole Fraga
Revista Apólice

* com informações das assessorias de imprensa

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